“SER MÃE NÃO ME APAGOU… ACENDEU OUTRA LUZ.”

Antes de ser mãe, era uma miúda sensível, frágil e ingénua. Acreditava no mundo com uma doçura desarmante e um coração aberto, acreditava nas pessoas e que sabia o seu valor.

Dentro das suas fragilidades era segura de si e fazia valer a sua presença. Profissional, amiga, companheira, filha, amante e muito mais.

A nossa menina cresceu e hoje, sete meses após dar à luz, fala com a certeza de quem se reencontrou. Nesta conversa poderosa, partilha o lado cru e belo da maternidade, os desafios silenciosos e a escolha diária de continuar a ser Mulher, além de Mãe.

ATÉ AGORA, COMO TEM SIDO ESTA EXPERIÊNCIA TÃO DESEJADA?

“Ser mãe é, sem dúvida, uma das experiências mais transformadoras da vida. É um amor profundo, avassalador e difícil de exprimir em palavras. Mas com esse amor chegam também desafios muito duros. De repente, passamos a viver para alguém que depende de nós para tudo. É maravilhoso, mas ao mesmo tempo, exige muito de nós.”

QUAL É O MAIOR DESAFIO?

“Sem dúvida… continuar a ser eu.
É fácil perdermo-nos entre fraldas, noites mal dormidas e rotinas caóticas. A sociedade espera que sejamos mães perfeitas, disponíveis 24 horas por dia, sem falhas, sem pausas. Mas antes de ser mãe, eu fui e ainda sou mulher. Uma mulher com desejos, com amigos, com sonhos. E não quero que a maternidade apague isso.”

JÁ TE SENTISTE CULPADA POR TRATARES DE TI?

“Sim. Muitas vezes. Há dias em que vestir-me bem parece um luxo. Os jantares com amigas transformam-se em culpa. Pensar na minha sexualidade... quase ridículo. Como se, agora, o meu corpo fosse apenas usado para ser mãe. Mas resistir a essa ideia é também um ato de amor. Não só por mim, mas pelo exemplo que quero dar ao meu filho. Cuidar de mim não é não querer saber do meu filho é mostrar-lhe o que é amor-próprio.”

SENTES QUE A MATERNIDADE MUDOU A FORMA COMO TE VÊS?

“Mudou e bem. Olho-me ao espelho e vejo marcas novas. Mas não são defeitos são marcas felizes. Contam a história do meu renascimento. O corpo mudou, claro. Mas também ganhou força, sensibilidade e até uma nova sensualidade. Não me esqueci da mulher que sou. E se algo que mudou, foi para melhor.”

QUE MENSAGEM GOSTARIAS DE DEIXAR A OUTRAS MULHERES QUE ESTÃO A VIVER O MESMO?

“Não desapareçam. A maternidade não deve apagar quem somos deve ampliar. Continuem a importar-se. Continuem a cuidar de vocês. Não deixem que o papel de mãe anule os outros pedaços da vossa identidade.
Ser mãe não um castigo. É amar com tudo, mas sem te anulares.”

E POR FIM... QUEM É HOJE ESTA MULHER QUE EU TANTO ADMIRO?

“Sou mãe. Há sete meses dei à luz o maior amor da minha vida.
Mas também sou mulher. Forte, Sensível, Sexy. Gosto de me maquilhar, vestir-me bem, usar perfume, olhar-me ao espelho e saber que sou EU.
Não me esqueci de mim, mesmo em dias maus, péssimos e terríveis. Nem me esqueci da menina doce que fui, nem da mulher poderosa que sou hoje.
Levanto-me todos os dias com amor, coragem e imperfeição e isso chega.
Sou mãe. Sou mulher. E sou fortemente incrível.

Este é um pequeno resumo de uma Menina Mulher que vi crescer. Doce, mas com força no olhar entrou na minha vida para ficar.

Tem problemas como todas nós, viveu situações difíceis de gerir, mas nunca perdeu o profissionalismo, o sorriso no rosto, a generosidade e a força no olhar.

Já a vi chorar mas também já a vi renascer.

Com menos de 30 anos é uma força da natureza e um exemplo de que tudo é possível desde que o amor esteja no sítio certo.

Obrigada, minha querida por tudo o que nos dás, mas também pelo privilégio de te poder acompanhar.