Não é pecado se te faz sorrir

Vivemos ainda sob a sombra de regras herdadas ...

Rita

8/19/20252 min ler

Vivemos ainda sob a sombra de regras herdadas de um século que já lá vai, mas que teima em deixar marcas nas nossas escolhas. Crescemos numa educação que, muitas vezes, nos ensinou a conter palavras, a domesticar vontades e a silenciar desejos, especialmente no que diz respeito à sexualidade.

Em artigos anteriores falámos sobre o tema da educação. Hoje, falo de pecado e de prazer. De liberdade e de respeito. De como, no amor e no corpo, o único mandamento é a verdade que tens contigo própria.

O amor-próprio é a primeira porta para qualquer tipo de prazer, seja ele sexual, profissional ou emocional.

Mulheres seguras são mulheres confiantes: caminham de cabeça erguida, com um sorriso firme e a certeza de quem sabe o que quer. De ténis ou de salto alto, não esperam que lhes digam qual o caminho, conhecem-no e, se não existir, abrem-no.

No trabalho, lideram com clareza e propósito. Na vida pessoal, não seguem padrões, seguem a sua própria vontade.

E no amor… ah, no amor, não aceitam menos do que merecem. Querem afeto, atenção e escuta ativa. São independentes, mas sabem o valor de um abraço prolongado, de um toque cúmplice, de um olhar que diz “estou aqui”.

E se o amor-próprio muda a forma como te relacionas com o mundo, porque não haveria também de mudar a tua vida sexual? O amor verdadeiro não é corrosivo. Não exige, não pune, não acusa. Ele sussurra, acaricia, espera. E sabe que o respeito é o solo fértil onde o desejo nasce e floresce.

Por isso, diz-me: se no teu universo existe carinho, confiança e entrega, porque seria “pecado” dar espaço aos brinquedos sexuais?

Eles não roubam lugar; ampliam horizontes. Não dividem, fortalecem. Não diminuem a tua dignidade, mostram que a tua sexualidade é tua e só cabe a quem tu quiseres partilhar.

Ter prazer sozinha não te torna menos. Torna-te inteira. Mais confiante. Mais segura. Se, no final, sorris, é bênção, não condenação.

Num relacionamento amoroso, os brinquedos são cúmplices, não rivais. São pontes para novas descobertas, formas de unir dois corpos e duas mentes numa dança diferente.

Já partilhaste com o teu parceiro o que gostas? Já disseste o que queres? Já guiaste a tua mão ou o teu olhar durante o ato? Por vezes, um brinquedo pode dizer o que as palavras não conseguem e transformar um momento íntimo num território novo para os dois.

Se sorris quando sentes prazer, não é pecado.

Se sorris quando te olhas ao espelho, não é pecado.

Se sorris ao recordar uma noite intensa, não é pecado.

O único verdadeiro pecado é abdicares da tua liberdade de sentir por medo do julgamento alheio. Se te faz sorrir… segue. E vive. Porque o prazer consentido e partilhado é sempre sagrado. E se for para pecar… que seja em grande, com um sorriso nos lábios, o coração em festa e a pele em chamas.